sábado, 25 de julho de 2009

Dos olhos


A palavra não consegue traduzir
pode, por vez, é causar trauma,
mas os olhos, esses sim podem luzir
todo sentimento que habita n'alma.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

HAIKAI II


sem trégua
chove aos montes
cega janela

HAIKAI I




gela a face
com beijo terno
saúda o inverno

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Soneto de Hipocrisia


Era inverno, noite fechada, fria e chuvosa
Embaixo da marquise encharcada a tremer
Uma menina aos prantos tentando entender
O porquê de a vida lhe ser tão maldosa

E um homem que por ali passava
Vendo a cena, franze o cenho horrorizado
E tomado é por tanta raiva
Que a Deus acusa de mascarado

Pobre homem "superior" à divindade
Tão irrisório é o seu sentimento
Que não dura mais que um momento

E segue a vida em total imparcialidade
Faz-se silêncio, cessa o pranto, finda o tormento
Renasce a menina à paz da eternidade.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Soneto de Incerteza

Ah meu Deus, meu peito não aguenta
Essa angustiante e imensa dor
Não há na Terra igual tormenta
Que a incerteza de um amor

Ao declarar-lhe em louvor
Todo o amor que me alimenta
A inconstância da amada traz temor
E a angustia n'alma só aumenta

Ah minha doce e amada criatura
Quem dera ouvir-te em verdade
Que me amas e que não é desventura

Que a incerteza não era realidade
Mas se a imparcialidade na tua face perdura
Prefiro um "não" a sofrer toda a eternidade.

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