quinta-feira, 16 de julho de 2009

Soneto de Hipocrisia


Era inverno, noite fechada, fria e chuvosa
Embaixo da marquise encharcada a tremer
Uma menina aos prantos tentando entender
O porquê de a vida lhe ser tão maldosa

E um homem que por ali passava
Vendo a cena, franze o cenho horrorizado
E tomado é por tanta raiva
Que a Deus acusa de mascarado

Pobre homem "superior" à divindade
Tão irrisório é o seu sentimento
Que não dura mais que um momento

E segue a vida em total imparcialidade
Faz-se silêncio, cessa o pranto, finda o tormento
Renasce a menina à paz da eternidade.

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