Era inverno, noite fechada, fria e chuvosa
Embaixo da marquise encharcada a tremer
Uma menina aos prantos tentando entender
O porquê de a vida lhe ser tão maldosa
E um homem que por ali passava
Vendo a cena, franze o cenho horrorizado
E tomado é por tanta raiva
Que a Deus acusa de mascarado
Pobre homem "superior" à divindade
Tão irrisório é o seu sentimento
Que não dura mais que um momento
E segue a vida em total imparcialidade
Faz-se silêncio, cessa o pranto, finda o tormento
Renasce a menina à paz da eternidade.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Soneto de Hipocrisia
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